Os juros futuros abriram esta segunda-feira (8) próximos à estabilidade, mas com uma leve tendência de alta a partir da metade da curva. Essa movimentação reflete o avanço do dólar frente ao real e a abertura da curva de juros dos Treasuries nos Estados Unidos. Além disso, o Boletim Focus trouxe uma nova deterioração nas expectativas de inflação, o que contribuiu para o viés de alta nas taxas de juros futuras.
Contexto Atual do Mercado de Juros
Às 9h15, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava operando a 10,600%, muito próxima da mínima de 10,590%, comparado a 10,596% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 registrava uma taxa de 11,585%, ligeiramente superior aos 11,558% da última sexta-feira (5). Já o DI para janeiro de 2029 marcava 11,960%, frente aos 11,933% no ajuste anterior.
A liquidez e as oscilações do mercado de juros futuros podem ser limitadas por uma agenda econômica mais tranquila no início da semana. No entanto, a partir de quarta-feira, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, espera-se uma maior movimentação e volatilidade nos mercados.
Impacto do Boletim Focus nas Expectativas de Inflação
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, apresentou uma nova piora nas expectativas de inflação para os próximos anos. Esse cenário reforça as preocupações do mercado em relação ao controle da inflação e ao possível impacto nas taxas de juros.
A expectativa é que o IPCA de junho, a ser divulgado na quarta-feira, traga novas informações que poderão influenciar a curva de juros e as decisões de política monetária do Banco Central. A perspectiva de uma inflação mais alta aumenta a pressão para que o Banco Central mantenha uma postura cautelosa em relação à política de juros.
Influências Externas e o Papel do Dólar
O comportamento do dólar também tem desempenhado um papel significativo na movimentação das taxas de juros futuras. O avanço da moeda norte-americana frente ao real aumenta a pressão inflacionária, uma vez que encarece os produtos importados e impacta diretamente o custo de vida.
Além disso, a abertura da curva de juros dos Treasuries nos Estados Unidos reflete um cenário de incerteza no mercado internacional. Com os investidores aguardando novos dados econômicos e possíveis declarações do Federal Reserve (Fed) sobre a trajetória dos juros nos EUA, há uma tendência de maior aversão ao risco, o que impacta diretamente o mercado brasileiro.
Expectativas para a Semana
Apesar de um início de semana com agenda econômica mais tranquila, a expectativa é que o mercado ganhe tração a partir de quarta-feira com a divulgação do IPCA de junho. Esse indicador é crucial para avaliar a tendência da inflação e as possíveis respostas da política monetária.
A continuidade das preocupações com a inflação e o comportamento do dólar frente ao real devem manter o viés de alta nas taxas de juros futuras, especialmente em um cenário onde a liquidez do mercado pode ser afetada por incertezas econômicas tanto no Brasil quanto no exterior.
Conclusão
Os juros futuros apresentam uma tendência de alta, influenciados pelo avanço do dólar e pelas expectativas de inflação mais elevadas. A semana promete maior movimentação no mercado com a divulgação de importantes indicadores econômicos. É essencial acompanhar a evolução desses fatores para entender as possíveis implicações para a política monetária e o comportamento dos juros futuros.
