Após uma semana de alta, o Ibovespa inicia esta segunda-feira (8) em queda, refletindo o cenário desfavorável das commodities. O índice recuou 0,09%, atingindo 126.157,98 pontos, pressionado pelo desempenho negativo de ativos como petróleo e minério de ferro. Contudo, o mercado externo, com índices acionários em leve alta, limita a queda do principal indicador da B3.
Impacto das Commodities no Ibovespa
The Ibovespa, que havia subido 1,91% na semana anterior, cedeu na manhã de hoje, puxado pela desvalorização das commodities. O preço do petróleo registrou queda de aproximadamente 0,80% no mercado internacional, enquanto o minério de ferro fechou em baixa de 3,34% na bolsa de Dalian, na China. Essa queda no preço das commodities tem impactado negativamente o mercado brasileiro.
Mercado Internacional e Agendas Econômicas
Embora o cenário internacional mostre um leve ritmo de alta nos mercados acionários, a expectativa para a semana é de uma agenda carregada de eventos econômicos. A recente eleição na França também adiciona um elemento de incerteza ao panorama global.
De acordo com Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, a desvalorização do Ibovespa após cinco pregões consecutivos de alta é um movimento natural. Ele destaca a importância de acompanhar as movimentações políticas e econômicas, especialmente relacionadas à regulamentação da reforma tributária e às ações do governo para cortar despesas.
“Será importante acompanhar o noticiário político, para ver se o governo detalhará o corte anunciado na semana passada com o objetivo de reduzir as despesas e se a pauta econômica avançará, sobretudo em relação à regulamentação da reforma tributária.”
Expectativas para o Cenário Político e Econômico
Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma sessão no plenário para discutir a regulamentação da reforma tributária. Espera-se que a votação do primeiro projeto ocorra na próxima semana, com possibilidade de discussão de um segundo projeto.
Na última sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,08%, fechando em 126.267,05 pontos. A semana foi marcada por um discurso mais moderado do presidente Lula em relação à política fiscal e ao Banco Central, além do anúncio de um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para 2025.
Perspectivas Internacionais e Indicadores Econômicos
No cenário externo, a atenção se volta para a divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) e um pronunciamento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Esses eventos são cruciais para avaliar a continuidade do cenário econômico otimista e a possibilidade de novos cortes nas taxas de juros.
“Será uma semana importante, será fundamental acompanhar os dados, o CPI para ver se o cenário otimista que vinha se construindo em relação à economia, de normalização ante o início de queda dos juros, será mantido.”
Nos próximos dias, também terá início a temporada de balanços das empresas americanas, com destaque para os bancos Wells Fargo, JPMorgan e Citigroup. No Brasil, os dados de inflação, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), serão divulgados na quarta-feira.
Expectativas para o Ibovespa
Apesar da tendência de baixa, Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, aponta que há potencial para o Ibovespa recuperar a marca dos 127 mil pontos, com possibilidade de atingir até 129.500 pontos em um cenário otimista. No entanto, as incertezas fiscais têm levado instituições como a Monte Bravo a reduzir suas projeções para o índice ao final de 2024, de 150 mil para 145 mil pontos.
“A elevação da percepção de risco piora a relação de risco retorno dos ativos brasileiros”, afirma Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora.
Destaques Corporativos
Entre os destaques corporativos, o Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou a saída de seu diretor de Finanças, Alexsandro Broedel, que será substituído por Gabriel Amado de Moura. A Eletrobras (ELET3; ELET6) também comunicou um novo programa de recompra de ações, o que impactou positivamente suas ações.
Às 11h09, as ações da Vale (VALE3) caíam 0,86%, enquanto os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) apresentavam quedas de 0,24% e 0,01%, respectivamente. O Itaú Unibanco PN registrava uma queda de 0,46%, enquanto a Eletrobras subia entre 0,64% e 1,56%.