O dólar recuava contra o real nesta quinta-feira, fazendo pausa para respirar depois de um rali que o levou a novo pico desde o final de janeiro na véspera, em linha com sinais de alívio pontual na força da moeda norte-americana nos mercados internacionais.
Às 10:09 hórario de Brasília, o dólar à vista recuava 0,54%, a R$5,3940 reais na venda. O respiro vem depois de ter subido pela quinta sessão seguida na quarta-feira, a R$5,4231 reais, maior valor para um fechamento de sessão desde 27 de janeiro.
Na B3, às 10:09 hórario de Brasília, o contrato do dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a R$5,4290 reais.
Analistas do departamento de pesquisas e estudos econômicosdo Bradesco disseram em relatório que os mercados financeiros globais estão “revertendo parte do temor com recessão que predominou durante a semana”.
O índice do dólar contra os rivais fortes que foi a uma nova máxima desde o final de 2002, oscilava perto da estabilidade nesta manhã, enquanto as bolsas europeias e os futuros de Wall Street operavam no azul.
Também havia no mercado sinais de esfriamento na demanda por títulos soberanos dos Estados Unidos, cujos rendimentos avançavam no dia.
Os retornos da dívida norte-americana haviam despencado nos últimos dias diante de movimento internacional de fuga para a segurança em meio a temores de que um aperto monetário rígido pelo Federal Reserve derrubará a economia numa recessão.
Sinal do alívio no sentimento global nesta quinta-feira, várias divisas de países emergentes ou sensíveis às commodities, como pesos mexicano, chileno e colombiano, rand sul africano e dólar australiano, apresentavam ganhos nesta sessão, acompanhando a recuperação dos preços de produtos como o petróleo, que haviam tombado mais cedo na semana.
“Os temores de recessão global estão pesando sobre os preços das commodities, o que enfraqueceu o real brasileiro. Mas o quadro subjacente é positivo e nosso valor justo permanece de dólar a 4,50 reais”, disse em postagem no Twitter Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).
O valor justo de uma moeda refere-se a uma cotação que corresponderia mais fielmente aos fundamentos econômicos de seu país, sem influência de distorções do mercado.
Como justificativa para esse cenário, Brooks citou uma mudança estrutural global para preços mais altos de commodities, apesar de sua queda pontual recente, e a relativa estabilidade política do Brasil quando comparado a alguns pares emergentes de regimes políticos autoritários. “Qualquer democracia é melhor que uma autocracia”, disse ele.
Depois de cair quase 15% contra o real no período de janeiro a março, o dólar teve recuperação expressiva no segundo trimestre e agora precisa se valorizar apenas 3,2% para devolver totalmente as perdas acumuladas em 2022.
Fontes: investing.com